Humor, política e cultura
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, criticou, nesta terça-feira, o candidato a deputado federal Francisco Everaldo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca (PR-SP). Ele aparece na TV com o slogan "Vote Tiririca, pior que tá não fica".
"Respeito muito o Tiririca por ser um artista de circo e conseguir se firmar nos meios de comunicação de massa", disse. "Mas acho que ele não está prestando um bom serviço à democracia. Acho que é um deboche com a democracia", completou, após ser questionado por jornalistas sobre o slogan.
(...)
Juca Ferreira defendeu o fim da censura a programas humorísticos. Na semana passada, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto suspendeu parte da legislação eleitoral que proibia "trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo" que ridicularizasse candidatos, partidos ou coligações. Pela lei, piadas e paródias ficariam vedadas a partir de 1º de julho do ano eleitoral.
"Respeito muito o Tiririca por ser um artista de circo e conseguir se firmar nos meios de comunicação de massa", disse. "Mas acho que ele não está prestando um bom serviço à democracia. Acho que é um deboche com a democracia", completou, após ser questionado por jornalistas sobre o slogan.
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Juca Ferreira defendeu o fim da censura a programas humorísticos. Na semana passada, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto suspendeu parte da legislação eleitoral que proibia "trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo" que ridicularizasse candidatos, partidos ou coligações. Pela lei, piadas e paródias ficariam vedadas a partir de 1º de julho do ano eleitoral.
"Cercear o humor é cercear parte da cultura brasileira. A censura não é a saída", disse o ministro, ao receber o manifesto de artistas do movimento Humor sem Censura.
Trechos de entrevista de Tiririca à "Folha de S. Paulo"
Folha: Por que você decidiu se candidatar?
Tiririca: Eu recebi o convite há um ano. Conversei com minha mãe, ela me aconselhou a entrar porque daria pra ajudar as pessoas mais necessitadas. Eu tô entrando de cabeça.
Folha: Quais são as suas principais propostas?
Tiririca: Como eu sou cara que vem de baixo, e graças a Deus consegui espaço, eu tô trabalhando pelos nordestinos, pelas crianças e pelos desfavorecidos.
Folha: Mas tem algum projeto concreto que você queira levar para a Câmara?
Tiririca: De cabeça, assim, não dá pra falar. Mas como tem uma equipe trabalhando por trás, a gente tem os projetos que tão elaborados, tá tudo beleza. Eu quero ajudar muito o lance dos nordestinos.
Folha: O que você poderia fazer pelos nordestinos?
Tiririca: Acabar com a discriminação, que é muito grande. Eu sei que o lance da constituição civil, lei trabalhista... A gente tem uma porrada de coisa que... de cabeça assim é complicado pra te falar. Mas tá tudo no papel, e tá beleza. Tenho certeza de que vai dar certo.
Folha: Você tem ideia de quanto custa a campanha?
Tiririca: Cara, não tá sendo barata. Não tenho ideia, não.
Folha: O que você conhece sobre a atividade de deputado?
Tiririca: Pra te falar a verdade, não conheço nada. Mas tando lá vou passar a conhecer.
Folha: Até agora você não sabe nada sobre a Câmara?
Tiririca: Não, nada.
Folha: Você pretende se vestir de Tiririca na Câmara?
Tiririca:Não, de maneira alguma.
Folha: Em quem votou para deputado na última eleição?
Tiririca: Pra te falar a verdade, eu nunca votei. Sempre justifiquei meu voto.
Candidatos folclóricos e humoristas
Desde a Antiguidade, o humor faz parte da democracia como instrumento de crítica aos governantes. No Brasil, a atual legislação proíbe a veiculação de piadas na TV feitas com políticos, ao passo que os partidos acolhem os tipos mais excêntricos e "celebridades" como candidatos.
De acordo com a Lei Eleitoral nº 9.504, é vetado aos programas de emissoras de rádio e TV "usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou coligação". A lei entrou em vigor nas eleições deste ano.
No dia 26 de agosto, o ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a regra por meio de uma liminar pedida pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
Por outro lado, a tradição de expressar o descontentamento com a baixa qualidade dos candidatos por meio do voto em figuras caricatas, ou mesmo em animais, é preservada.
Em 1958, o "candidato" mais voltado nas eleições para vereador foi Cacareco, um rinoceronte do Zoológico de São Paulo. Em 1988, o Macaco Tião, um chipanzé do Zoológico do Rio de Janeiro, ficou em terceiro lugar na disputa.
A partir das eleições de 1996, as cédulas foram substituídas por urnas eletrônicas. Com isso, ficou impossível votar em candidatos que não sejam reconhecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Começaram, então, a proliferar personagens como Tiririca, Mulher Pêra, Maguila, Marcelinho Carioca, Ronald Esper e Tati Quebra-Barraco, entre outros, que disputam vagas de parlamentares nas eleições deste ano. Os partidos, que deveriam servir de filtro, esperam puxar votos para a legenda com os candidatos exóticos.
De acordo com a Lei Eleitoral nº 9.504, é vetado aos programas de emissoras de rádio e TV "usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido político ou coligação". A lei entrou em vigor nas eleições deste ano.
No dia 26 de agosto, o ministro Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a regra por meio de uma liminar pedida pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
Por outro lado, a tradição de expressar o descontentamento com a baixa qualidade dos candidatos por meio do voto em figuras caricatas, ou mesmo em animais, é preservada.
Em 1958, o "candidato" mais voltado nas eleições para vereador foi Cacareco, um rinoceronte do Zoológico de São Paulo. Em 1988, o Macaco Tião, um chipanzé do Zoológico do Rio de Janeiro, ficou em terceiro lugar na disputa.
A partir das eleições de 1996, as cédulas foram substituídas por urnas eletrônicas. Com isso, ficou impossível votar em candidatos que não sejam reconhecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Começaram, então, a proliferar personagens como Tiririca, Mulher Pêra, Maguila, Marcelinho Carioca, Ronald Esper e Tati Quebra-Barraco, entre outros, que disputam vagas de parlamentares nas eleições deste ano. Os partidos, que deveriam servir de filtro, esperam puxar votos para a legenda com os candidatos exóticos.
As charges têm algo a ver com interpretação de textos?
ResponderExcluir1.O que você entende da charge abaixo?